Por Fernando Monteiro:
Sempre oposto, reverso do avesso
Antagônicos, contrários, se atraem
Conflitam-se até que se confundem
Do conflito nascem novas ordens e novas contendas
É assim no amor, no esporte, na festança
A humanidade se move no conflito
Esse conflito aberto, de consciência inconsciente
Da soberania de uns contra a liberdade de todos
O comum é marcado, cercado, subtraído
Deixa de ser comum, passa a ser de um
Assim o camponês não tem o grão nem a enxada
Nem a terra e nem nada
E ele esperneia como um recém-nascido em um mundo construído:
Quem roubou-me as ferramentas?
Pois se enganam os que dizem que isso é natural.