Centenas de milhares de pessoas tem ido às ruas desde junho, em atos, assembleias, aulas públicas, sempre buscando novas formas de organização da cidade e da vida em comum para superar o autoritarismo secular de governos que organizam a segregação e opressão social. A luta será longa, certamente. O corporativismo entre os mesmos privilegiados que ocupam cadeiras nos governos, nas corporações empresariais, nos comandos policiais, e as poucas famílias que dominam a grande imprensa funciona tentando manter seus privilégios sociais e sua concentração econômica através da exploração das múltiplas formas de vida da cidade. É justamente isso o que chamam cinicamente de “ordem” a ser restabelecida: a ordem da opressão que os cidadãos comuns questionam e combatem nas ruas. Esse agenciamento Governo-Estado-Coorporações-Grande Mídia opera sua “ordem” através da normatização afetiva, racista, ideológico-elitista de suas agências de propaganda e da violência de seus braços armados e demais agentes de Estado.
Ativistas, profissionais de educação, de saúde, estudantes, trabalhadores formais e precários de todas as áreas se mantém fortes e se organizam de diversas formas, com diversas táticas de atuação para responder tanto à cotidiana violência de Estado, quanto à repressão violenta da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Na madrugada desta sexta (11.out.2013), a perseguição às lutas emancipatórias contemporâneas tomou uma forma ainda mais ditatorial: 17 mandados judiciais de busca e apreensão foram expedidos, e a Polícia civil deteve em suas casas militantes de movimentos sociais, focando principalmente em militantes de movimentos anarquistas, criminalizando-os por não se deixarem abater na luta pela justiça social.
A desmilitarização da PM é urgente, mas será preciso exigir mais ainda para que cessem com a perseguição a movimentos sociais e políticos. Precisamos de muito mais luta para que a cidade seja para todos. Reforçar, radicalizar, aprofundar a democracia contra as polícias que temos hoje! O Das Lutas se solidariza com todas as companheiras e companheiros perseguidos, e reforça que a luta apenas começou. AMANHÃ VAI SER MAIOR!